CCS: O QUE É QUAL A RELAÇÃO COM PRODUÇÃO DE LEITE?
- SG Consultoria
- 3 de jul. de 2024
- 3 min de leitura
A CCS é a contagem de células somáticas presentes no leite e é um dos
principais indicadores de saúde do úbere e da qualidade do leite, pois indica
principalmente a ocorrência de Mastite Subclínica (MSC). As células presentes no
leite em vacas sadias são células de defesa, como macrófagos (tipo celular
predominante), linfócitos, neutrófilos e células epiteliais. O aumento da CCS ocorre
quando a glândula mamária é acometida por uma inflamação ou infecção
(principalmente via ascendente pelo canal do teto) e ocorre grande afluxo de
neutrófilos para o local, na tentativa do organismo em debelar a infecção. Neste caso,
ocorre alteração na proporção do tipo celular e os neutrófilos passam a ser a principal
célula presente no quarto mamário, ocasionando aumento na CCS.
Convencionalmente é utilizado o valor limite de até 200.000 cels/mL do leite para
considerar a glândula mamária sadia, acima deste valor é considerado caso de
mastite subclínica.
A MSC é caracterizada pela ausência de alterações visíveis no leite, porém
provoca alterações significativas na composição e qualidade do leite. As principais
alterações na composição do leite são, o aumento nos teores de cloro, sódio e
proteínas do soro, em contrapartida, redução de caseína, lactose e gordura. A
ocorrência de mastite subclínica acarreta perdas econômicas não só pela redução na
qualidade, mas também redução de produção de leite e na fertilidade.
O diagnóstico da mastite subclínica pode ser realizado por diferentes métodos.
Nas fazendas podem ser realizados testes rápidos como o CMT (California Mastites
test) e o Somaticell®CCS que consistem na mistura do leite com reagentes
específicos e posterior leitura e interpretação dos resultados, além da condutividade
elétrica que consiste no diagnóstico pela alteração da composição do leite. Por outro
lado, a contagem de células somáticas eletrônica é o método quantitativo mais
utilizado e deve ser realizado por laboratórios habilitados.
Uma pergunta frequente é: O que causa a mastite subclínica? A maioria dos
casos, além da inflamação existe a presença de microrganismos (infecção),
principalmente bactérias. Para a redução e controle da CCS é muito importante que
além da detecção dos animais com mastite subclínica, que seja feito o diagnóstico
microbiológico para a identificação dos patógenos e consequente elaboração de plano
de ação direcionado para cada caso.
Um estudo realizado em rebanhos brasileiros apontou o impacto da CCS na
produção de leite e concluiu que as vacas de 1ª cria podem perder de 0,5 até 1,5
kg/dia, representando de 1,4 a 4,8% da produção, enquanto as multíparas perdem de
1,8 a 3,9 kg/dia ou 4,8 a 10,4% da produção (Gonçalves et al., 2018). Estes dados
são de muita relevância para a literatura brasileira e reforçam a importância de manter
o controle da CCS nos rebanhos.
Dada a importância do monitoramento da CCS nos rebanhos, além das
análises do tanque semanais, quinzenais ou mensais coletadas pelos laticínios, é
muito importante a analise mensal de CCS individual das vacas, realizadas
comumente pelo controle leiteiro. Com estes resultados é possível desenvolver planos
de ação de forma assertiva para cada rebanho.
A partir das informações trazidas acima, podemos concluir que a CCS é um
dos indicadores mais importantes em uma fazenda leiteira e deve ser monitorada
tanto a nível de rebanho (resultado do tanque de leite) quanto individual para obter
melhores resultados e produtividade.
Bibliografia consultada
Gonçalves, J.L et al. Milk losses associated with somatic cell counts by parity and stage of
lactation. J. Dairy Sci 101, 1-10 (2018).



Parabéns Dra Simony