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CCS: O QUE É QUAL A RELAÇÃO COM PRODUÇÃO DE LEITE?





A CCS é a contagem de células somáticas presentes no leite e é um dos

principais indicadores de saúde do úbere e da qualidade do leite, pois indica

principalmente a ocorrência de Mastite Subclínica (MSC). As células presentes no

leite em vacas sadias são células de defesa, como macrófagos (tipo celular

predominante), linfócitos, neutrófilos e células epiteliais. O aumento da CCS ocorre

quando a glândula mamária é acometida por uma inflamação ou infecção

(principalmente via ascendente pelo canal do teto) e ocorre grande afluxo de

neutrófilos para o local, na tentativa do organismo em debelar a infecção. Neste caso,

ocorre alteração na proporção do tipo celular e os neutrófilos passam a ser a principal

célula presente no quarto mamário, ocasionando aumento na CCS.

Convencionalmente é utilizado o valor limite de até 200.000 cels/mL do leite para

considerar a glândula mamária sadia, acima deste valor é considerado caso de

mastite subclínica.

A MSC é caracterizada pela ausência de alterações visíveis no leite, porém

provoca alterações significativas na composição e qualidade do leite. As principais

alterações na composição do leite são, o aumento nos teores de cloro, sódio e

proteínas do soro, em contrapartida, redução de caseína, lactose e gordura. A

ocorrência de mastite subclínica acarreta perdas econômicas não só pela redução na

qualidade, mas também redução de produção de leite e na fertilidade.

O diagnóstico da mastite subclínica pode ser realizado por diferentes métodos.

Nas fazendas podem ser realizados testes rápidos como o CMT (California Mastites

test) e o Somaticell®CCS que consistem na mistura do leite com reagentes

específicos e posterior leitura e interpretação dos resultados, além da condutividade

elétrica que consiste no diagnóstico pela alteração da composição do leite. Por outro

lado, a contagem de células somáticas eletrônica é o método quantitativo mais

utilizado e deve ser realizado por laboratórios habilitados.

Uma pergunta frequente é: O que causa a mastite subclínica? A maioria dos

casos, além da inflamação existe a presença de microrganismos (infecção),

principalmente bactérias. Para a redução e controle da CCS é muito importante que

além da detecção dos animais com mastite subclínica, que seja feito o diagnóstico

microbiológico para a identificação dos patógenos e consequente elaboração de plano

de ação direcionado para cada caso.

Um estudo realizado em rebanhos brasileiros apontou o impacto da CCS na

produção de leite e concluiu que as vacas de 1ª cria podem perder de 0,5 até 1,5

kg/dia, representando de 1,4 a 4,8% da produção, enquanto as multíparas perdem de

1,8 a 3,9 kg/dia ou 4,8 a 10,4% da produção (Gonçalves et al., 2018). Estes dados

são de muita relevância para a literatura brasileira e reforçam a importância de manter

o controle da CCS nos rebanhos.

Dada a importância do monitoramento da CCS nos rebanhos, além das

análises do tanque semanais, quinzenais ou mensais coletadas pelos laticínios, é

muito importante a analise mensal de CCS individual das vacas, realizadas

comumente pelo controle leiteiro. Com estes resultados é possível desenvolver planos

de ação de forma assertiva para cada rebanho.

A partir das informações trazidas acima, podemos concluir que a CCS é um

dos indicadores mais importantes em uma fazenda leiteira e deve ser monitorada

tanto a nível de rebanho (resultado do tanque de leite) quanto individual para obter

melhores resultados e produtividade.

Bibliografia consultada

Gonçalves, J.L et al. Milk losses associated with somatic cell counts by parity and stage of

lactation. J. Dairy Sci 101, 1-10 (2018).

2 comentários


ernanilago
04 de jul. de 2024

Parabéns Dra Simony

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SG Consultoria
SG Consultoria
04 de jul. de 2024
Respondendo a

Obrigada Professor! Grande abraço.

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